Melhor feito do que perfeito. Escolhi começar esse texto com essa frase, porque é algo que tenho refletido incessantemente. Há alguns meses (vários rs) venho distribuindo currículo para as vagas que eu almejo trabalhar, outras nem tanto, rezando pra conseguir o famigerado salário, digo, trabalho.
Uma coisa que coloquei pra mim, lá na pandemia, era que eu preciva investir no meu currículo profissional. Era um tempo em que ninguém sabia o que seria do mundo. Daí fui atrás de cursos nas áreas que me interessavam e no que estava bombando: o digital.
Eu não dispunha de dinheiro pra fazer tudo. O único que paguei foi o Ato de Escrever do Pedro Bial, o resto foi 0800. Até um da universidade de Michigan eu corri pra terminar antes que acabasse o período de teste. Eu precisava investir em mim e também não queria ter aquela sensação de ficar para trás.
No final desse processo, meu currículo, que era esmirrado, ficou mais arrojado, mas experiência que é bom, só na teoria. Tive poucas oportunidades de prática, porém, nada muito trabalhado. Foi só em 2022 em que tive um salto enorme na carreira.
O ponto em que me encontro agora é reservando um espaço para desenvolver meus textos. Já tive blogs, página no facebook, escrevo no instagram, mas não é a mesma coisa. Cada meio de comunicação exige uma forma de falar, e e tentei unificar como numa salada de fruta. Não dá para abraçar o mundo com as pernas. Por mais que eu seja animado e curioso, não posso percorrer vários caminhos ao mesmo tempo. Por mais que eu queira.
É um delírio coletivo achar que a vida só é pra valer quando estamos no mercado de trabalho. Tanto lá fora, quanto aqui dentro, a vida é validada o tempo todo. Escrever não é me preparar para viver o mundo. Eu já estou vivendo. Todos os dias.
Voltando aos cursos na época de pandemia, eu produzi alguns textos, mas ficaram guardados. Eu chamei esse projeto de "A Escrita me disse", pois tal qual uma terapia, eu me deixava levar pelos temas das aulas e num fluxo de consciência eu desabava no papel. No fim, eu me revelava a mim mesmo em palavras. Essa é a minha relação com a escrita. Eu me encontro e reencontro em cada texto, me descubro e mergulho em mim cada vez mais.
De 2020 pra cá eu escrevi algumas coisas. Sempre esteve aqui a vontade, o desejo, o texto, mas, também, esteve a sensação de que algo faltava. A tal sensação de perfeito. Só que perfeição não se alcança, se constrói. Daí a necessidade de sair da zona de conforto.
"Palavras pessoas de uma escrita pessoal" vem desse local íntimo que preciso que exista além de mim. Não por capricho, mas porque é o que sempre ecoou em mim. É sobre quem eu sou.
Então, o que melhor do que praticar aqueles cursos e ganhar experiência comigo mesmo? Lógico que vai existir a dúvida se está certo, se é isso mesmo, mas com o último trabalho em que estive, aprendi que eu tenho uma capacidade enorme de ir atrás de informações e executar um bom trabalho. E o tempo será a minha resposta.
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